sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tecemos. Tecemos

A Alemanha, quarta maior economia do mundo, entrou em recessão. A crise do sistema capitalista se agrava. As incertezas se avolumam. As possibilidades de mudanças crescem. A convicção da alternativa socialista é reafirmada.E a poesia será libertada.

"Sem lágrimas em teares que tremem
tecemos e batemos os dentes.
Alemanha, tecemos nesta ocasião
aqui a tua mortalha e a tríplice maldição
Tecemos. Tecemos.

Maldição ao Deus falso, ao qual rezamos
enquanto o frio e a fome aguentamos.
Em vão confiamos e esperamos;
tem fraudado, mentido e enganado.
Tecemos. Tecemos.

Maldição ao rei, o rei dos ricos,
o monstro que traga os peixes pequenos;
que nos oprime, explora e tonsura
e, como cães, nos fuzila.
Tecemos. Tecemos.

Maldição à Pátria falsa e funesta,
que só à vergonha se presta,
que a toda flor precocemente esmaga,
e ao verme alimenta em podridão nefasta.
Tecemos. Tecemos.

Voa a lançadeira e treme o tear.
Tecemos com dedicação sem cessar.
Alemanha de ontem, nesta ocasião,
eis a tua mortalha e tríplice maldição.
Tecemos. Tecemos."

Heinrich Heine
Tecelões da Silésia, 1844

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